segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Comissão da Verdade da UFRN será instalada nesta terça-feira, 18

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) vai realizar a solenidade de instalação da Comissão da Verdade da UFRN, na terça-feira, 18, às 17h, no auditório Otto de Brito Guerra, na Reitoria. O objetivo é examinar e esclarecer as violações aos direitos humanos cometidas no período da Ditadura Militar no Brasil.

A Comissão da Verdade da UFRN vai apurar os abusos aos direitos humanos no período do Regime Militar, que foi de 1964 até 1985, investigando especialmente os crimes sofridos por membros da comunidade acadêmica, como professores, servidores e estudantes da UFRN.

A presidência da Comissão ficou a cargo do professor Carlos Roberto de Miranda, que juntamente com membros de diversos setores da Universidade, irá investigar e buscar os fatos ocorridos naquela época. As pesquisas serão baseadas em obras literárias, documentos internos e externos da UFRN, além de depoimentos de pessoas que viveram nesse período ou de conhecidos que sofreram alguma penalidade.

Outra questão que será abordada pela Comissão é a procura pelos documentos do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), que foi criada na Ditadura instaurada pelos militares no Brasil, com a função de manter o controle do cidadão, vigiar as manifestações políticas e exercer o papel de órgão policial. O DOPS deixou diversas informações como ofícios, relatórios, radiogramas e livros que hoje servem como pesquisa histórica.

Também será investigada a Assessoria de Segurança e Informações (SRI), que produzia documentos dentro dos ministérios civis e dos organismos e empresas federais.

* Fonte: Agecom/UFRN

Carta agradecimento a Menção Honrosa do Prêmio Nacional de Direitos Humanos


Rondó da Liberdade
É preciso não ter medo,
é preciso ter a coragem de dizer.
Há os que têm vocação para escravo,
mas há os escravos que revoltam contra a
escravidão.
Não ficar de joelhos,
que não é racional renunciar a ser livre.
Mesmo os escravos por vocação
devem ser obrigados a ser livres,
quando as algemas forem quebradas
É preciso não ter medo,
é preciso ter a coragem de dizer.
O homem deve ser livre...
O amor é que não se detém ante nenhum
obstáculo,
e pode mesmo existir até quando não se é livre.
E no entanto ele é em si mesmo
a expressão mais elevada do que houver de mais
livre
em todas as gamas do humano sentimento.
É preciso não ter medo,
é preciso ter a coragem de dizer.



             É com muita humildade e alegria que nós do Levante Popular da Juventude recebemos a Menção Honrosa da Secretaria Nacional de Direitos Humanos da Presidência da República. Agradecemos também a indicação realizada pela companheira Maria Amélia Teles e pelos companheiros Fábio Konder Comparato, Perly Cipriano, Paulo Henrique Amorim, Fernando Morais e João Pedro Stédile.
Nos últimos anos tivemos no Brasil importantes avanços na luta por memória, verdade e justiça. A instauração da Comissão Nacional da Verdade, com o objetivo de evidenciar a memória daqueles\as que lutaram contra a Ditadura Militar, e que foram torturados, assassinados e tiveram seus corpos desaparecidos, faz parte da construção da verdade histórica e da reconstrução da memória de nosso povo.
A Ditadura Militar em nosso país foi responsável por exterminar uma geração de jovens que ousaram sonhar com a construção de um país justo e soberano. Além disso, a Ditadura consolidou um projeto de desenvolvimento conservador baseado na exclusão do povo brasileiro, em detrimento dos interesses de uma pequena elite, sem projeto de nação, subordinada aos interesses estrangeiros.
Nós que recebemos hoje essa premiação temos a certeza de que este é só mais um passo nessa caminhada. Apesar dos avanços, várias das contradições permanecem. O Brasil ainda é o segundo país com maior concentração fundiária no mundo. 10% da população brasileira é composta de analfabetos. Somente 14% de nossa juventude tem acesso ao ensino superior. E menos de dez grupos controlam grande parte dos meios de comunicação de massa, agindo como verdadeiro partido das nossas elites.
É necessário, portanto, a construção de um projeto popular para o Brasil. Um projeto de desenvolvimento popular que democratize o acesso à terra, ao conhecimento, a cultura e a informação, que ponham fim a condição de país subdesenvolvido e dependente. Por isso nos levantamos. Dilma, a juventude quer mudanças estruturais neste país!
Nesse sentido, nos somamos aos diversos movimentos populares, indígenas, quilombolas, centrais sindicais, aos movimentos feministas, entidades de direitos humanos, às Igrejas progressistas, aos partidos políticos e demais organizações que vão às ruas lutar por seus direitos e por um outro modelo de sociedade.
Nos solidarizamos com a luta dos povos Guarani-Kaiowá, ao Quilombo Rio dos Macacos; e exigimos justiça no julgamento que ocorrerá em janeiro dos cinco camponeses Sem-Terra chacinados em Felisburgo. Em especial, queremos nos solidarizar com D. Pedro Casaldáliga, que tem sido constantemente ameaçado de morte, por latifundiários, sendo obrigado a se esconder por defender que a terra é um bem comum.
Por fim, queremos denunciar o extermínio da juventude negra e pobre que está ocorrendo na periferia das médias e grandes cidades, vítimas da ação das polícias militares, do tráfico e da ausência de políticas públicas que possibilitem a construção de uma vida digna para os jovens.
Por isso, levantamos nossa mão esquerda em sinal de Basta de violência e extermínio da juventude! 

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Instituída a Comissão da Verdade da UFRN


Foi instituída a Comissão da Verdade da Universidade Federal do Rio grande do Norte com a finalidade de efetivar o direito à memória e à verdade histórica visando colaborar com a Comissão Nacional da Verdade da Casa Civil da República.

Os integrantes da comissão são: Carlos Roberto de Miranda Gomes (presidente), Ivis alverto Lourenço de Andrade (vice-presidente), Almir de Carvalho Bueno (professor associado), Justina Iva de Araújo (professora adjunta aposentada), Danyelle Rosana Guedes (aluna do curso de pedagogia), Maria Ângela Fernandes Ferreira (professora associada) e Moisés Alvez de Souza (vigilante). 

A comissão terá a participação de 10 alunos bolsistas. Serão 4 alunos de História, 2 de Direito, 2 de Ciências Sociais e 2 de Ciências da Informação(biblioteconomia). Esses alunos devem estar cursando a partir do 3º período e que tenham experiências em pesquisa histórica e conhecimento de informática. Os interessados devem entrar no SIGAA, se cadastrar em: “Oportunidades de bolsas”, colocar “Gabinete do Reitor” e aparecerá a oportunidade de bolsa para trabalhar na comissão da verdade. Dúvidas entrar em contato com Kadma Maia pelo email: kadmamaia@reitoria.ufrn.br

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Ganhamos o Prêmio de Direitos Humanos Estadual (RN)


Momento importante para a nossa organização!!!!
Vale salientar que ainda fomos reprimidos no ato do prêmio, esconderam nosso megafone,não deixaram que entrássemos portando bolsa sem que antes fosse revistada,nem com nossas bandeiras. O mais legal é que na hora do nosso discurso,escrachamos o que estava acontecendo e o presidente da mesa pediu que todos entrassem com o que quisesse no plenário.


Mensagem de Aton Fon Filho

É claro que eu sou suspeito para falar do Levante Popular da Juventude.
E, o que é pior, não me envergonho de dizê-lo.

Antes, me orgulho.
Orgulho-me de dizer que nesta terra existem homens e mulheres que, como o povo de Canudos e os Cabanos; como Felipe Camarão e Vidal de Negreiros; como a Coluna Prestes e os Expedicionários da FEB, resgatam a bandeira da liberdade.
E, com isso, eu sou suspeito para falar do Levante Popular da Juventude.
Eu sou suspeito para falar do Levante Popular da Juventude, porque a Memória, a Verdade e a Justiça são ainda somente uma aspiração, uma aspiração que em seus cantos, suas marchas, seus escrachos encontram o veio da concretização.
Por isso, companheiros e companheiras, eu sou suspeito para falar do Levante Popular da Juventude.
Eu sou suspeito para falar do Levante Popular da Juventude porque na periferia de nossas cidades, nossa juventude pobre e negra está sendo assassinada pelas forças policiais e os tambores e as latas, as camisetas e as batas do Levante Popular da Juventude gritam alto que estamos em jornada de organização de nosso povo para resistir.
Como não ser suspeito para falar do Levante Popular da Juventude?
Eu sou suspeito para falar do Levante Popular da Juventude, porque houve um Emmanuel Bezerra dos Santos e um Luiz Maranhão, uma Soledad Barrett e uma Jana Moroni que vieram antes, mas que renascem nas vozes e gestos, carícias e afetos de homens-meninos, meninas mulheres que não se cansam de ser patriotas e querer a liberdade.
Suspeito, para falar do Levante Popular da Juventude, trago de longe minha palavra a essa festa.
Uma festa de gente suspeita. Gente que não se envergonha de falar em Direitos Humanos e defender a igualdade.
Gente que festeja em dezembro a possibilidade de caminhar juntos para fazer real a esperança de um mundo melhor.
Gente que, no mínimo, enche o peito de orgulho para cantar os versos do hino: “Mas, se ergues da Justiça a clava forte, verás que um filho teu não foge a luta”.
Hummm. Gente que, no mínimo, também seria suspeita para falar do Levante Popular da Juventude.
Essa gente! Esse Levante Popular da Juventude! Esses Brasileiros!
Meus irmãos!
Pátria Livre! Venceremos!


''O levante popular da juventude se sente orgulhoso de  estar recebendo hoje esse prêmio, mas estamos mais orgulhosos em saber que a busca pela verdade do que ocorreu nos anos de ditadura, não acabou.
O levante tem em mente a ideia de que a ditadura nos deixou uma herança da qual não nos orgulhamos,principalmente uma polícia militarizada, o extermínio da juventude negra e pobre das periferias a criminalização dos movimentos sociais e o fato de se construir mais cadeias que escolas.
Esperamos que esse prêmio seja um incentivo à busca pela verdade, que os verdadeiros heróis do Brasil sejam reconhecidos e que a história sombria dos anos de ditadura não se repita...''

"Mas ninguém se rendeu ao sono.
Todos sabem (e isso nos deixa vivos):
a noite que abriga os carrascos,
abriga também os rebelados.
Em algum lugar,não sei onde,
numa casa de subúrbios,
no porão de alguma fábrica
(neste exato momento na câmara municipal)*
se traçam planos de revolta".

Pedro Tierra

* verso adicionado por João Paulo no momento da leitura da poesia.

É PRECISO NÃO TER MEDO,É PRECISO TER A CORAGEM DE DIZER...



segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Levante Popular da Juventude RN ganha Prêmio Estadual de Direitos Humanos


Natal(RN), 12 de Novembro de 2012
                                                
                                                Prezados(as),
 
 
                                                   O CDHMP, Centro de Direitos Humanos e Memória Popular, tem a honra de convidar V.Sa., para a Solenidade de Entrega do XIX Prêmio Estadual de Direitos Humanos e XVI Prêmio Jornalístico de Direitos Humanos. O evento será realizado no dia 04 de Dezembro de 2012, às 18:00h, no Plenário da Câmara Municipal de Natal.
                                                 Esse ano o XIX Prêmio Estadual de Direitos Humanos será entregue ao movimento LEVANTE POPULAR DA JUVENTUDE-RN, uma Organização de jovens militantes comprometidos com as lutas em busca de transformação da sociedade. Já o XVI Prêmio Jornalístico será entregue, jornalista e ativista político, DANIEL DANTAS LEMOS, do Blog De Olho no Discurso, militante que sempre teve comprometido com a defesa da liberdade de expressão e pela luta por democracia e justiça.
                                         O Prêmio Estadual de Direitos Humanos foi criado em 1994, em homenagem ao militante e ex-desaparecido político Emmanuel Bezerra dos Santos, e tem o objetivo de agraciar aquelas pessoas ou Entidades comprometidas com os Direitos Humanos, as liberdades democráticas e a defesa da vida. Já o Prêmio Jornalístico de Direitos Humanos foi criado em 1997, com o intuito de homenagear os jornalistas identificados com a causa e a promoção dos Direitos Humanos e da Cidadania.
 
                                                Nesse sentido estamos contando com sua participação em tão importante evento em busca do fortalecimento dos Direitos Humanos e dos ideais da Verdade e da Justiça.
                                          
                                                Atenciosamente,
                                         Roberto de Oliveira Monte
                                           Coordenador - CDHMP

Ato-Show em solidariedade aos estudantes processados por torturador


Quando só se esperava da juventude a sua quota-parte no consumo desenfreado, surgiu o anúncio: é tempo de reescrevermos nossa história. É preciso contá-la pela ótica dos(as) brasileiros(as) que, de fato, lutaram pela liberdade.
Essa, sem dúvida, foi a marca impingida pelo movimento Levante Popular da Juventude quando realizou/realiza os escrachos. Anunciou-se o repúdio contra os que se regozijaram com a ditadura, contra a liberdade. Mais: foram escrachados os que, além de apoiarem o golpe, torturaram seus opositores ou quaisquer acusados.
No Brasil, inúmeros foram os escrachos e os apoios respectivos. Muitos também foram os denunciados. Em regra, no máximo, esses “lesas-pátrias” espernearam em seus meios de comunicação privados. Afinal, hoje, o status de torturador não lhes confere legitimidade; é inoportuno.
Em Sergipe, no entanto, fez-se a exceção. O torturador denunciado, o médico Dr. José Carlos Pinheiro, acreditou ser possível apagar seu passado processando alguns estudantes que o denunciaram. Acreditou, ainda, na covardia dos torturados, na conivência das instituições e na intimidação das manifestações populares.
Os torturados – para ele – ocultariam suas próprias histórias e sucumbiriam ante suas pressões marginais. As instituições, por sua vez, notadamente o Judiciário, dada a influência de sua família, o tomaria como “amigo do rei”. O povo, nesse compasso, sequer saberia que o diretor do Hospital e Maternidade Santa Isabel foi servil às torturas.
Entretanto, os torturados não são covardes, pois já há alguns pronunciamentos (especialmente de Marcélio Bomfim) na blindada mídia sergipana, e as manifestações populares só aumentaram. Quanto às instituições, acredita-se que as participações da OAB (da qual o sergipano Cezar Britto fora recentemente presidente) e da Comissão Nacional da Verdade – já oficialmente comunicadas –, dentre outras, como o Ministério Público Federal, são fundamentais, inclusive para garantia da lisura do processo e dos procedimentos judiciais.
Ao tempo em que o caso tem como palco o tribunal, seu cenário é mais amplo e exige o envolvimento do máximo de atores possível.
Nesse sentido, o próprio Levante Popular da Juventude, a CUT, sindicatos, outros movimentos sociais, partidos políticos e mandatos populares organizam um Ato-Show, para o dia 05 dezembro de 2012, a partir das 15h na praça Fausto Cardoso, em solidariedade aos estudantes processados e em homenagem aos 101 anos de Carlos Marighella. O evento contará com a participação de João Pedro Stédile(coordenação nacional do MST), ex-presos políticos, artistas e bandas musicais (os sergipanos Chico Queiroga e Antônio Rogério, Heitor Mendonça,  Alex Sant'Anna, Lupécio Damasceno, a banda Alunte e muito mais; do Rio Grande do Sul, Pedro Munhoz).
Assim como os escrachos, esse é mais um momento de luta pelos direitos à memória, verdade e justiça. Com manifestações desse tipo, reescreve-se a história dos jovens que outrora lutaram por liberdade e destaca-se que os apelos do consumo não esgotam o sentido da luta da juventude pela liberdade.
Pelo direito à memória, à verdade e à justiça! Para que não se esqueça; Para que nunca mais aconteça!

João Mulungu


segunda-feira, 26 de novembro de 2012

É PELA VIDA DAS MULHERES




Vivemos em uma sociedade profundamente desigual, pautada na exploração de uma 

minoria sobre uma grande maioria. Essa maioria é a classe trabalhadora que 

cotidianamente é alvo de opressões e processos de alienação para manter a máquina que 

move o que é essencial para os capitalistas: o lucro. Desse modo, tudo que possibilite a 

manutenção das desigualdades e que proteja a acumulação de capital é alimentado 

cotidianamente por diversos meios. Uma das opressões legitimadas pelas instituições e 

aparelhos do capitalismo é o machismo, expressado e propagado violentamente até sua

naturalização.

A desigualdade de gênero arraigada em nossa sociedade, alicerçada pelo patriarcado, sexismo e padrões heteronormativos impede que homens e mulheres se unam por laços de solidariedade e companheirismo contra o mesmo inimigo: o capital. Fácil notar o quanto é benéfico para os capitalistas que se mantenham relações desiguais de gênero, dividindo a classe trabalhadora. As violências contra às mulheres, seja expressa nas representações midiáticas, nas letras de músicas e nos casos de agressões, estupros e homicídios, reforçam, a cada dia, a condição da mulher enquanto oprimida, atingindo sua auto-estima, sua dignidade e muitas vezes, ceifando suas vidas.

A maneira como é vivenciada a violência pode sofrer influência de diferentes fatores, étnicos, culturais, econômicos e sexuais, que podem ser combinados entre si. Se formos colocar numa pirâmide, a mulher negra, pobre e lésbica estará na base dos processos de preconceito, opressão e exploração. Pois o patriarcado, racismo e homofobia estão conectados com a condição de classe e favorecem que essa mulher esteja numa posição de maior fragilidade, o que é fundamental para que se mantenham as desigualdades, sem contestações à dominação patriarcal.
É válido ressaltar que para uma transformação radical da sociedade, é preciso que o ideário feminista esteja presente e que suas propostas estejam claras para homens e mulheres. Compreendendo que a luta feminista não se trata de inverter os papéis de gênero e sim está fundamentada na conquista da igualdade e dignidade para todas as mulheres, sem distinções.
A história nos mostra o quanto a luta das mulheres organizadas foram eficazes para conquistas significativas referentes à participação política, inserção nos diversos setores econômicos, direitos reprodutivos e liberdade sexual. No entanto, todas essas conquistas não foram suficientes para frear de uma vez por todas as manifestações da ideologia machista.
Os dados sobre os casos de violência contra à mulher ainda são alarmantes e crescentes. Segundo o “caderno complementar” do Mapa da Violência 2012, elaborado pelo Instituto Sangari, 91 mil mulheres foram assassinadas no Brasil nos últimos 30 anos. Aproximadamente 70% das agressões acontecem em ambiente doméstico e 80% dos casos da violência contra as mulheres são praticadas pelo maridos, companheir@s ou namorad@s ou ex-namorad@s.
A violência física sempre é encorajada por violências simbólicas propagadas nos meios de comunicação, que nos dizem que somos coisas, meros objetos para a satisfação e posse masculina. Outra informação alarmante é que são nos lares (ambiente que por muito tempo foi nos destinado como “seguro”) que ocorrem os homicídios femininos, correspondendo à 40% dos casos.
O estado do Rio Grande do Norte está ocupando a 17ª posição entre os estados com maiores índices de feminicídios (homicídios motivados pela desigualdade de gênero), Natal e Mossoró são as cidades com as maiores médias de feminicídios do estado. Sem dúvida, a Lei Maria da Penha representa um avanço, porém o atendimento e proteção às vítimas precisam ser qualificados, assim como o aumento das Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher (DEAM). Hoje no Brasil, existem apenas 466 delegacias especializadas, que atendem menos de 10% dos municípios brasileiros. É necessária a criação de mecanismos assistenciais como Casas Abrigo, profissionais capacitad@s e serviços de saúde.
Também é necessário a apuração de dados estatísticos, como recorte de raça, orientação sexual, renda etc., agravadas pela falta de políticas de promoção de cidadania para as mulheres nos estados e municípios. A Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) da zona Sul de Natal, localizada no bairro da Ribeira, que atende também as zonas leste e oeste, possui mais de mil inquéritos pendentes e cerca de 350 ordens judiciais que ainda não foram cumpridas. Além disso, falta efetivo e estrutura para o atendimento.
É preciso denunciar o descaso em que a DEAM-Zona Sul se encontra, cobrar pela ampliação dos serviços públicos de atendimento à mulher. Coragem é a palavra para nós, mulheres da Frente Feminista do Levante popular da juventude-RN, que desejamos fortalecer a luta feminista, nos nossos cotidianos e publicamente, construindo através da igualdade e justiça social, um modelo de sociedade que não se ampare nas desigualdades de gênero e nas diversas opressões.
Para isso, chamamos à luta todos e todas que queiram construir um mundo mais digno para todas as mulheres, no dia 27 de novembro, terça-feira, em frente à DEAM-Zona Sul, convidamos todas as vozes indignadas e denúncias para lutar contra o machismo na nossa cidade!



Pisar firme no chão

juntas num mesmo compasso
(mesmo que a harmonia perca o ritmo)
e gritar em alto e bom som
as vozes tantas vezes silenciadas
tomar a avenida!
e colorir a cidade
de roxo, vermelho, lilás,
pintar o céu de azul
pra possibilitar outro amanhecer.
Ousar sem medo:
é botando o bloco na rua,
caminhando, cantando
e dançando
que eu aprendo
a ser mulher.
Lira Alli.




Ato “Levante-se pela vida das mulheres”

QUANDO? Terça, 27 de novembro, às 9h
ONDE? Em frente à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher-DEAM
Rua Frei Miguelinho, N º 113-Ribeira (na rua da Casa da Ribeira)



PELA VIDA DAS MULHERES!!!

MEXEU COM UMA, MEXEU COM TODAS!


FRENTE FEMINISTA LEVANTE POPULAR DA JUVENTUDE Clara Camarão




Apoio de Latuff à luta!

''Não mexe comigo que eu não ando só.''

Maria Bethania


quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Levante pela vida das mulheres

Domingo, dia 25 de novembro, é o dia Internacional de COMBATE a violência contra a MULHER! 

Essa data foi uma conquista histórica do Movimento feminista para tornar público um problema que atinge um grande contingente de mulheres. Para além de uma data, consideramos uma necessidade real de nos colocar na rua para denunciar a violência que milhares de mulheres sofrem cotidianamente em nossa sociedade e que permanece silenciada como questão privada! O feminicídio é um problema coletivo, pois não é uma ou ou
tra mulher que sofre algum tipo de violência, mas a cada 15 segundos uma mulher é espancada no Brasil. Das vítimas de violência doméstica 62% são negras. 

Em Natal existem apenas DUAS Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher e somente uma Casa Abrigo. A DEAM Zona Sul está localizada na Ribeira atendendo a Zona Sul, Leste e Oeste. E a DEAM Zona Norte localizada na estrada da Redinha, atende toda essa zona. Ressaltamos que as delegacias especializadas não funcionam finais de semana, feriados e a noite. Não havendo a devida proteção à s mulheres vítimas de violências nesses períodos. Além do estado de precarização do espaço físico e de recursos humanos.

Essa realidade foi a motivação para a escolha do local para o ato que será em frente a DEAM da Ribeira às 9:00 horas da manhã do dia 27 de novembro (terça-feira). Com muita agitação e garra, juntas/os vamos construir esse momento de luta coletiva. 

Obs: Ir de roupa preta representando luto e materiais de agitação.

A violência contra a mulher se expressa de muitas formas, TODOS OS DIAS. É nosso papel MUDAR essa situação. 

A Frente Feminista do Levante Popular da Juventude vem convidar todas/os coletivos, grupos, movimentos e sujeitos para fortalecer o ato no dia 27. 


Não nos calaremos, pois mexeu com uma, mexeu com TODAS!!!

Frente Feminista Levante Popular da juventude 
Contato: (84) 8721-4029 / 9677-1540 / 8762-9033







quarta-feira, 21 de novembro de 2012

20 de novembro - 1 ANO NO RN


EM UM DIA QUALQUER

Em um dia qualquer companheiro,
Nos encontramos
Em um dia qualquer companheiro/a, 
Sentamos no chão e decidimos nos organizar
Em um dia qualquer companheiro/a,  
Eu te escutei e tu também me escutou
Em dia qualquer companheiro/a, 
Nos indignamos juntos
Em um dia qualquer companheiro/a, 
Deixamos o chão de sempre e fomos as ruas
Em um dia qualquer companheiro/a, 
Gritamos juntos por igualdade, justiça,
respeito e liberdade
Em um dia qualquer companheiro/a, 
Apenas nos encontramos para beber e rir bem alto
Em um dia qualquer companheiro/a, 
Saímos Brasil a fora e encontramos outros de nós pelo caminho
Em um dia qualquer companheiro/a, 
Deixamos nossos pensamentos pintados em uma parede
Em um dia qualquer, companheiro/a, 
Cantamos, dançamos e recitamos poesias...
Há um ano o levante popular da juventude RN nasceu,assim, em um dia qualquer...

Kell Medeiros


A exatamente um ano, o Levante Popular da Juventude iniciava suas atividades no Rio Grande do Norte. Com a vontade de organizar e fortalecer as lutas da juventude Potiguar, envolvidos/as em mística, animação e perrengues. Recordando um pouco os momentos iniciais lembramos os sentimentos de insegurança de estar construindo algo tão novo, da sensação de novidade que atraiu a atenção de muitos companheiros e companheiras, lembramos dos rostos que passaram por nossas reuniões e ajudaram a construir o

que somos hoje, e vendo as pegadas deixadas em nossa caminhada vemos o quanto avançamos e nos fortalecemos em nossa construção. Pouco tempo depois da nossa primeira reunião veio o 1° Acampamento Nacional do Levante, foi o momento de vermos e sentirmos que haviam mais pessoas como a gente, pessoas com os mesmos sonhos, na instiga de construir o Projeto Popular para o Brasil, um momento muito especial que serviu para nos certificarmos que aquilo em que estávamos metidos era uma coisa boa, e que aquele seria o nosso projeto de vida. Voltamos para o nosso estado com mais vontade de massificar este movimento, inspirados pelo sentimento de unidade nacional, amizade e companheirismo.
Hoje colhemos os frutos de nosso empenho,

o reconhecimento do nossos esforços. Não é apenas a prêmios que nos referimos, mas às coisas importantes que conseguimos conquistar, como o sorriso de um companheiro ou companheira, a certeza de contar sempre com essas pessoas que se tornaram mais que amigos, amigas, companheiros ou companheiras de luta, mas irmãos e irmãs que estarão sempre a disposição uns dos outros nos momentos alegres e nos momentos não tão alegres, que mesmo diferentes quando estão separados, parecem se completar nos vários momentos de confraternização... A essa juventude só podemos dizer: 

"Levante juventude, 
juventude é pra lutar
Pra construir o poder popular"



segunda-feira, 12 de novembro de 2012

CDHMP PROMOVE A ENTREGA DO XIX PRÊMIO ESTADUAL DE DIREITOS HUMANOS E XVI PRÊMIO JORNALÍSTICO


O Centro de Direitos Humanos e Memória Popular-CDHMP estará realizando no próximo dia 04 de Dezembro de 2012, às 18:00h, no Plenário da Câmara Municipal de Natal, a solenidade de entrega do XIX Prêmio Estadual de Direitos Humanos “Emmanuel Bezerra dos Santos” e o XVI Prêmio Jornalístico de Direitos Humanos.

Esse ano o XIX Prêmio Estadual de Direitos Humanos será entregue ao grupo LEVANTE POPULAR DA JUVENTUDE-RN, uma Organização de jovens militantes comprometidos com as lutas em busca de transformação da sociedade. Já o XVI Prêmio Jornalístico será entregue, jornalista e ativista político, DANIEL DANTAS LEMOS, do Blog De Olho no Discurso, militante que sempre teve comprometido com a defesa da liberdade de expressão e pela luta por democracia e justiça.

O Prêmio Estadual de Direitos Humanos foi criado em 1994, em homenagem ao militante e ex-desaparecido político Emmanuel Bezerra dos Santos, e tem o objetivo de agraciar aquelas pessoas ou Entidades comprometidas com os Direitos Humanos, as liberdades democráticas e a defesa da vida. Já o Prêmio Jornalístico de Direitos Humanos foi criado em 1997, com o intuito de homenagear os jornalistas identificados com a causa e a promoção dos Direitos Humanos e da Cidadania.

A Solenidade de Entrega do Prêmio será realizada em parceria com o Mandato do Vereador George Câmara e estão sendo convidados diversas Organizações, Sindicatos, Movimentos Sociais, Mandatos Populares e ainda o Comitê Estadual da Verdade-RN e Comissões fins.






domingo, 28 de outubro de 2012

Projeto Popular para Educação


Ao povo brasileiro foi historicamente negado o direito a educação. As raízes do ensino em

nosso país se confundem com as do conservadorismo e as do elitismo, sempre privilegiando as
camadas mais ricas. A luta para que o povo tenha acesso à
esse direito fundamental é, portanto, uma
luta histórica.



Nos últimos anos, ocorreram importantes modificações na educação do país. Algumas
políticas públicas e muitas lutas sociais garantiram a ampliação do ensino profissionalizante e
aumentaram a oportunidade de mais jovens entrarem na universidade. Essas políticas, entretanto,
têm de ser acompanhadas de mudanças estruturais que garantam aos e às jovens que entram meios
para garantir sua permanência e a conclusão dos estudos. Infelizmente, as
iniciativas nesse
sentido ainda não aforam suficientes. É urgente nos mobilizarmos pela conquista dessas mudanças
na estrutura de nosso sistema de ensino!



Devemos lutar pela popularização da educação, em todos os níveis. Ainda hoje, uma parcela
muito pequena da juventude tem acesso ao Ensino Superior - menos de 15%. Construir um Projeto
Popular de Educação passa pela luta por mudanças profundas na educação brasileira, que garanta
mais investimentos e condições de acesso, permanência e conclusão da formação. E,
principalmente, nossa educação deve servir para estimular o questionamento, e não a acomodação,
para que o povo brasileiro se torne protagonista de sua própria história
-------
Por isso, Levante pelas Cotas, pela Assistência estudantil, por Educação no campo, por Cursinhos Pré-Vestibulares nos Bairros, por Transporte, por Acesso a Cultura, por Creches para Mulheres Jovens, por Regulamentação das mensalidades, por Alfabetização!



Quer participar dessa Jornada Nacional por um "Projeto Popular para a Educação"?



Até o dia 28 de novembro, todos os estados do Brasil onde o Levante está, irão fazer atividades e muitas lutas em torno da educação.
Vamos fazer uma ampla divulgação massiva da Jornada no dia 28/10 e também no dia 29/10, por todos os meios possíveis, principalmente através das ferramentas da internet:



- Facebook
- Utilizar a foto da Campanha na capa do perfil (foto grande) ou na imagem do perfil (foto pequena).
- Compartilhar a imagem de lançamento da Campanha
- Compartilhar as matérias sobre o tema postadas nos Blogs e no Site
- Participar do Evento que será criado no Face chamando para a Luta do dia 28/11
- Convidar amigos para participar do Evento
- Twitter
- Publicar a Hashtag #LevantePelaEducação
- Email
- Enviar o texto de apresentação da Campanha com Links do Site para listas de emails



Se você também acha que precisamos construir um Projeto Popular para a Educação brasileira, bora construir essa campanha com muito ânimo! Participe!

Mais informações:

www.levante.org.br
Facebook - Levante Potiguar
e-mail - levantenatal@gmail.com