Rondó da Liberdade
É preciso não ter medo,
é preciso ter a coragem de
dizer.
Há os que têm vocação para
escravo,
mas há os escravos que
revoltam contra a
escravidão.
Não ficar de joelhos,
que não é racional renunciar
a ser livre.
Mesmo os escravos por vocação
quando as algemas forem
quebradas
É preciso não ter medo,
é preciso ter a coragem de
dizer.
O homem deve ser livre...
O amor é que não se detém
ante nenhum
obstáculo,
e pode mesmo existir até
quando não se é livre.
E no entanto ele é em si
mesmo
a expressão mais elevada do
que houver de mais
livre
em todas as gamas do humano
sentimento.
É preciso não ter medo,
é preciso ter a coragem de
dizer.
É com muita humildade e alegria que nós do Levante Popular da
Juventude recebemos a Menção Honrosa da Secretaria Nacional de
Direitos Humanos da Presidência da República. Agradecemos também a
indicação realizada pela companheira Maria Amélia Teles e pelos
companheiros Fábio Konder Comparato, Perly Cipriano, Paulo Henrique
Amorim, Fernando Morais e João Pedro Stédile.
Nos últimos anos tivemos no Brasil importantes avanços na luta por
memória, verdade e justiça. A instauração da Comissão Nacional
da Verdade, com o objetivo de evidenciar a memória daqueles\as que
lutaram contra a Ditadura Militar, e que foram torturados,
assassinados e tiveram seus corpos desaparecidos, faz parte da
construção da verdade histórica e da reconstrução da memória de
nosso povo.
A Ditadura Militar em nosso país foi responsável por exterminar uma
geração de jovens que ousaram sonhar com a construção de um país
justo e soberano. Além disso, a Ditadura consolidou um projeto de
desenvolvimento conservador baseado na exclusão do povo brasileiro,
em detrimento dos interesses de uma pequena elite, sem projeto de
nação, subordinada aos interesses estrangeiros.
Nós que recebemos hoje essa premiação temos a certeza de que este
é só mais um passo nessa caminhada. Apesar dos avanços, várias
das contradições permanecem. O Brasil ainda é o segundo país com
maior concentração fundiária no mundo. 10% da população
brasileira é composta de analfabetos. Somente 14% de nossa juventude
tem acesso ao ensino superior. E menos de dez grupos controlam grande
parte dos meios de comunicação de massa, agindo como verdadeiro
partido das nossas elites.
É necessário, portanto, a construção de um projeto popular para o
Brasil. Um projeto de desenvolvimento popular que democratize o
acesso à terra, ao conhecimento, a cultura e a informação, que
ponham fim a condição de país subdesenvolvido e dependente. Por
isso nos levantamos. Dilma, a juventude quer mudanças estruturais
neste país!
Nesse sentido, nos somamos aos diversos movimentos populares,
indígenas, quilombolas, centrais sindicais, aos movimentos
feministas, entidades de direitos humanos, às Igrejas progressistas,
aos partidos políticos e demais organizações que vão às ruas
lutar por seus direitos e por um outro modelo de sociedade.
Nos solidarizamos com a luta dos povos Guarani-Kaiowá, ao Quilombo
Rio dos Macacos; e exigimos justiça no julgamento que ocorrerá em
janeiro dos cinco camponeses Sem-Terra chacinados em Felisburgo. Em
especial, queremos nos solidarizar com D. Pedro Casaldáliga, que tem
sido constantemente ameaçado de morte, por latifundiários, sendo
obrigado a se esconder por defender que a terra é um bem comum.
Por fim, queremos denunciar o extermínio da juventude negra e pobre
que está ocorrendo na periferia das médias e grandes cidades,
vítimas da ação das polícias militares, do tráfico e da ausência
de políticas públicas que possibilitem a construção de uma vida
digna para os jovens.
Por isso, levantamos nossa mão esquerda em sinal de Basta de
violência e extermínio da juventude!
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