quinta-feira, 27 de junho de 2013

Concentração do Levante Popular da Juventude para o ato #RevoltadoBusão



ATENÇÃO JUVENTUDE!

Nossa concentração amanhã 28/06, será as 13:30 hrs, em frente ao palácio dos esportes em Petrópolis.

LEVANTE E VENHA!




RESISTINDO EM RIMAS!

CANCIONEIRO PARA O ATO REVOLTA DO BUSÃO 28/06
É SÓ CHEGAR JUNTO DOS BATUQUES E COM CANTOS DE LUTA.

ENQUANTO A MÍDIA FOR MONOPOLIZADA
RESISTIREMOS EM RIMAS!!





   

terça-feira, 25 de junho de 2013

Nota de repúdio à violência contra militantes de partidos, sindicatos, movimentos populares e coletivos libertários.

Nota assinada por diversas organizações políticas e aprovada na plenária da REVOLTA DO BUSÃO realizada nesta terça (25/05), repudiando a violência praticada contra militantes de partidos, sindicatos, movimentos populares e coletivos libertários. 

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Nas últimas semanas temos visto nos cenários nacional e local grandes mobilizações populares com a pauta inicial da redução das tarifas de ônibus e do direito às cidades. As primeiras mobilizações tiveram início aqui em Natal com grande participação de movimentos populares, sindicatos, partidos de esquerda, organizações estudantis, anarquistas e independentes. O povo foi às ruas e, em resposta, o aparato repressivo do Estado, herdeiro da cultura repressora do inacabado 64 (ditadura militar), reprimiu intensamente as manifestações populares. Apesar disso, os protestos se transformaram em grandes mobilizações de massa com múltiplas bandeiras.

No ultimo dia 20 de junho, no grande ato realizado em Natal/RN, militantes de diversos partidos de esquerda, sindicatos, movimentos populares, organizações estudantis e anarquistas - os mesmos que sempre estiveram construindo as lutas populares - se depararam com atitudes repressoras de grupos com práticas fascistas. Setores minoritários extremamente violentos, fortalecidos pelo discurso raivoso da mídia burguesa, atiraram pedras e objetos cortantes, inclusive partindo para o confronto físico direto contra militantes de nossas organizações políticas, rasgando nossas bandeiras, violando o princípio da democracia operária e da livre manifestação, relembrando as práticas de nosso passado recente marcado por torturas, perseguições políticas, supressão das liberdades individuais, inclusive da livre organização em partidos políticos de esquerda. Apesar das nossas divergências programáticas, repudiamos qualquer tipo de cerceamento da liberdade de expressão e organização dos trabalhadores (as). 

Por isso, ressaltamos a necessidade da população engrossar as fileiras em defesa da liberdade de expressão, de organização política e da democracia. Convocamos todos e todas a se manifestar contra a repressão policial e contra a violência exercida por grupos com práticas fascistas infiltrados nas manifestações. E, nós, militantes de esquerda, libertários e anarquistas, permaneceremos na luta gritando e erguendo nossas bandeiras de luta por transformação social.

PCR, POR, PT, PCdoB, CONSULTA POPULAR, MST, UNE, CTB, CUT, LEVANTE POPULAR DA JUVENTUDE, JPT, CMP, MLB, UJR, UESP, MOVIMENTO DE MULHERES OLGA BENÁRIO, MLC, DCE UFRN, DCE MAURÍCIO DE NASSAU, SINSENAT, SINTE/RN, MARCHA MUNDIAL DAS MULHERES, UJS, UMES, APES, KIZOMBA, DCE UERN, DCE UFERSA, COLETIVO PÉ NO CHÃO, SINDAS, SOERN. 

Natal - Rio Grande do Norte

Para assinar a nota e repudiar práticas violentas ou fascistas, envie solicitação ao e-mail unidadepelaliberdade@yahoo.com.br

Preparação de materiais para a revolta do Busão


"ô lutador traga a sua força 

que eu quero transformar
o Levante arretado
do povo é Potiguar!''

A cidade de natal tem se mobilizado em manifestações contra o aumento da passagem, conquistamos a redução mas não devemos parar por aí. Temos que reivindicar melhorias no sistema de transporte da nossa cidade e continuar pressionando o poder público para atender as nossas propostas. Hoje (25/06) haverá uma plenária que decidirá a data do próximo ato e precisamos estar preparados, por isso nos antecipamos e vamos produzir materiais (faixas, cartazes, bandeiras,músicas) para que o ato não seja apena uma caminhada. vamos mostrar o que queremos e que não estamos na rua por nada, que queremos algo concreto. Por isso convidamos a todos a participar nesta quarta, a partir das 13h na escola Veríssimo de Melo e nos ajudar na construção desse importante momento da nossa cidade.

ONDE?Escola Estadual Veríssimo de Melo (próximo a empresa de ônibus Conceição) em Felipe Camarão
HORÁRIO? A partir das 13 horas as 21 horas











Deixa florescer

A marcha alegre se espalhou na avenida e insistiu
A lua cheia que vivia escondida surgiu

Nossa geração nunca vivenciou momento de tamanha efervescência política, a cada manifestação, vão às ruas novas indignações, novos desejos por mudança, o povo brasileiro está pegando a caneta da história para exigir ganhos para xs exploradxs, relembrando as lutas históricas que o nosso povo travou contra uma classe gananciosa. A nossa geração está semeando o que pode vir a ser uma primavera dxs excluídxs, o que pode ser a tomada da posição de sujeitos da história de um continente marcado por negação de direitos, por ditaduras, e manchado de sangue em cada prédio construído, em cada mina cavada, em cada pedaço de terra plantado. É tempo de luta para trazer o povo para dentro da Política, e assim construir um país de fato democrático.
Assim, floresce em diversas cidades do país o tempo das lutas de massa, de um povo protagonista de seu tempo, o tempo da unidade daquelxs que foram silenciados por opressões de classe, cor e gênero. Em Mossoró/RN sairemos às ruas hoje com o desejo de um projeto popular para o país e para a cidade, no qual o povo seja beneficiado por políticas públicas e tenha direitos garantidos, sairemos às ruas para construir um novo país e uma nova sociedade sem as amarras das nossas opressões históricas. Para isso, as bandeiras do povo devem ser erguidas, devem sair de nossas gargantas e pulmões os gritos e palavras de ordem das mulheres e dos homens que sofrem diariamente o peso de um sistema econômico e político assassino. Nossas pautas e nossas vontades não podem ser desviadas por discursos externos ao movimento que luta pelo direito à cidade, as indignações são nossas, assim como são as ruas.
O Levante Popular da Juventude estará na luta junto com o Movimento Pau-de-arara até que os nossos direitos sejam conquistados, que nosso ir e vir se concretize na vida cotidiana dxs estudantes, dos trabalhadores e das trabalhadoras, até que em cada cidade do continente, em cada paralelepípedo das ruas que homenageiam torturadores, em cada latifúndio, floresça um canto realmente popular.


Juventude que ousa lutar...

Constrói o poder popular

segunda-feira, 24 de junho de 2013

CARTA ABERTA DO MOVIMENTO PASSE LIVRE SÃO PAULO À PRESIDENTA


À Presidenta Dilma Rousseff, Ficamos surpresos com o convite para esta reunião. Imaginamos que também esteja surpresa com o que vem acontecendo no país nas últimas semanas. Esse gesto de diálogo que parte do governo federal destoa do tratamento aos movimentos sociais que tem marcado a política desta gestão. Parece que as revoltas que se espalham pelas cidades do Brasil desde o dia seis de junho tem quebrado velhas catracas e aberto novos caminhos. O Movimento Passe Livre, desde o começo, foi parte desse processo. Somos um movimento social autônomo, horizontal e apartidário, que jamais pretendeu representar o conjunto de manifestantes que tomou as ruas do país. Nossa palavra é mais uma dentre aquelas gritadas nas ruas, erguidas em cartazes, pixadas nos muros. Em São Paulo, convocamos as manifestações com uma reivindicação clara e concreta: revogar o aumento. Se antes isso parecia impossível, provamos que não era e avançamos na luta por aquela que é e sempre foi a nossa bandeira, um transporte verdadeiramente público. 

É nesse sentido que viemos até Brasília. O transporte só pode ser público de verdade se for acessível a todas e todos, ou seja, entendido como um direito universal. A injustiça da tarifa fica mais evidente a cada aumento, a cada vez que mais gente deixa de ter dinheiro para pagar a passagem. Questionar os aumentos é questionar a própria lógica da política tarifária, que submete o transporte ao lucro dos empresários, e não às necessidades da população. Pagar pela circulação na cidade significa tratar a mobilidade não como direito, mas como mercadoria. Isso coloca todos os outros direitos em xeque: ir até a escola, até o hospital, até o parque passa a ter um preço que nem todos podem pagar. O transporte fica limitado ao ir e vir do trabalho, fechando as portas da cidade para seus moradores. É para abri-las que defendemos a tarifa zero. Nesse sentido gostaríamos de conhecer o posicionamento da presidenta sobre a tarifa zero no transporte público e sobre a PEC 90/11, que inclui o transporte no rol dos direitos sociais do artigo 6o da Constituição Federal.
 
É por entender que o transporte deveria ser tratado como um direito social, amplo e irrestrito, que acreditamos ser necessário ir além de qualquer política limitada a um determinado segmento da sociedade, como os estudantes, no caso do passe livre estudantil. Defendemos o passe livre para todas e todos! Embora priorizar o transporte coletivo esteja no discurso de todos os governos, na prática o Brasil investe onze vezes mais no transporte individual, por meio de obras viárias e políticas de crédito para o consumo de carros (IPEA, 2011). O dinheiro público deve ser investido em transporte público! Gostaríamos de saber por que a presidenta vetou o inciso V do 16º artigo da Política Nacional de Mobilidade Urbana (lei nº 12.587/12) que responsabilizava a União por dar apoio financeiro aos municípios que adotassem políticas de priorização do transporte público. Como deixa claro seu artigo 9º, esta lei prioriza um modelo de gestão privada baseado na tarifa, adotando o ponto de vista das empresas e não o dos usuários. O governo federal precisa tomar a frente no processo de construção de um transporte público de verdade.
 
 A municipalização da CIDE, e sua destinação integral e exclusiva ao transporte público, representaria um passo nesse caminho em direção à tarifa zero. A desoneração de impostos, medida historicamente defendida pelas empresas de transporte, vai no sentido oposto. Abrir mão de tributos significa perder o poder sobre o dinheiro público, liberando verbas às cegas para as máfias dos transportes, sem qualquer transparência e controle.
 
 Para atender as demandas populares pelo transporte, é necessário construir instrumentos que coloquem no centro da decisão quem realmente deve ter suas necessidades atendidas: os usuários e trabalhadores do sistema. Essa reunião com a presidenta foi arrancada pela força das ruas, que avançou sobre bombas, balas e prisões. Os movimentos sociais no Brasil sempre sofreram com a repressão e a criminalização. Até agora, 2013 não foi diferente: no Mato Grosso do Sul, vem ocorrendo um massacre de indígenas e a Força Nacional assassinou, no mês passado, uma liderança Terena durante uma reintegração de posse; no Distrito Federal, cinco militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) foram presos há poucas semanas em meio às mobilizações contra os impactos da Copa do Mundo da FIFA.
 
 A resposta da polícia aos protestos iniciados em junho não destoa do conjunto: bombas de gás foram jogadas dentro de hospitais e faculdades; manifestantes foram perseguidos e espancados pela Polícia Militar; outros foram baleados; centenas de pessoas foram presas arbitrariamente; algumas estão sendo acusadas de formação de quadrilha e incitação ao crime; um homem perdeu a visão; uma garota foi violentada sexualmente por policiais; uma mulher morreu asfixiada pelo gás lacrimogêneo. A verdadeira violência que assistimos neste junho veio do Estado – em todas as suas esferas. 
 
A desmilitarização da polícia, defendida até pela ONU, e uma política nacional de regulamentação do armamento menos letal, proibido em diversos países e condenado por organismos internacionais, são urgentes. Ao oferecer a Força Nacional de Segurança para conter as manifestações, o Ministro da Justiça mostrou que o governo federal insiste em tratar os movimentos sociais como assunto de polícia. As notícias sobre o monitoramento de militantes feito pela Polícia Federal e pela ABIN vão na mesma direção: criminalização da luta popular. Esperamos que essa reunião marque uma mudança de postura do governo federal que se estenda às outras lutas sociais: aos povos indígenas, que, a exemplo dos Kaiowá-Guarani e dos Munduruku, tem sofrido diversos ataques por parte de latifundiários e do poder público; às comunidades atingidas por remoções; aos sem-teto; aos sem-terra e às mães que tiveram os filhos assassinados pela polícia nas periferias.
 
 Que a mesma postura se estenda também a todas as cidades que lutam contra o aumento de tarifas e por outro modelo de transporte: São José dos Campos, Florianópolis, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, Goiânia, entre muitas outras. Mais do que sentar à mesa e conversar, o que importa é atender às demandas claras que já estão colocadas pelos movimentos sociais de todo o país. Contra todos os aumentos do transporte público, contra a tarifa, continuaremos nas ruas! Tarifa zero já! Toda força aos que lutam por uma vida sem catracas! Movimento Passe Livre São Paulo 24 de junho de 2013

sábado, 22 de junho de 2013

ESTÁ EM TODA PARTE




Não,o gigante não estava adormecido,
O gigante sempre lutou,
Desde a vinda das caravelas do pacífico,
Até a organização dos movimentos populares...

A LUTA NUNCA CESSOU!

A busca por direitos,
A luta ideológica,
A construção dos guetos,
A inversão da nossa história.

Os camponeses de foices e facões:
Palmares,Canudos, El Dourado dos Carajás...
As mulheres gritando por liberdade:
Sindicalizadas,estudantes,Maria da Penha...
A juventude está na luta diária,
Por vida, justiça e memória!

O gigante sempre esteve acordado
Mas a mídia é reacionária,
Mente contra nossa gente,
Está do lado da burguesia.

Sim!O povo está organizado
com pauta permanente...
Somos contra a redução dos salários,
e o aumento da passagem do transporte,
Não queremos alimentos caros
Nem preconceito aos pobres...

Queremos transformar a nossa nação,
Com todo mundo que quiser lutar,
Vamos debater a casa,a praça,
A escola,o milho,a televisão,
Lembrar os que passaram
e não perder o sonho de mudar.



MARA FARIAS

Eu vou falar pra você!



Vou lutar pra valer!
que o campo e a cidade estão aí pra que?
é pra gente mostrar
O PROJETO POPULAR!



Por uma vida sem catracas!
LEVANTE-SE PELO PASSE LIVRE!

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Novos ares

O gigante nunca adormeceu
Assinam: Carlos Marighella, Aurora Maria, Maria Laly, Mailde Pinto, Juliano de Siqueira, revolucionárixs do Levante de 35, Clara Camarão, Hélio Vasconcelos, Frei Tito, Pagú, Antônio Conselheiro, Zumbi, Dandara...

            Natal e o Brasil estão presenciando um momento de virada. Não, camaradas, nunca dormimos, a história de nosso país foi marcada por muita luta entre xs exploradxs e os opressores, muito sangue foi derramado até aqui, companheirxs do campo foram assassinadxs por ousarem reivindicar uma melhor distribuição de terra, negrxs foram torturadxs e mortxs justamente por serem negrxs e muitos militantes de esquerda foram presos. Não, camaradas, isso não foi só em 64 e nos anos produzidos por ele, mesmo após a implantação de um regime “democrático” as atrocidades totalitárias persistiram atormentando aquele que se insurgia contra uma ordem exploradora.
            Não, camaradas, não chegamos até aqui na calmaria de quem veleja, mas sim através de muita tempestade, em cada paralelepípedo das ruas que homenageiam torturadores, na terra de cada latifundiário, no chão de cada fábrica há muito sangue e suor de negrxs, índios, operárixs, camponeses, homens e mulheres que foram exploradxs até dizer não, e nosso hino, camaradas, é o grito das mulheres estupradas nos porões do DOI-CODI, o choro das crianças separadas de seus país, os soluços das famílias destruídas, os gritos de dor dxs torturadxs em regimes ditatoriais e democráticos. Nosso canto nunca se calou, nós nunca nos deitamos em berço esplêndido, estivemos sempre de pé, insones, esperando uma aurora rubra.
            E mais uma vez uma multidão sai às ruas trazendo no peito muita indignação, muitos gritos contidos, muitos sambas no escuro. Não, camaradas, a juventude não está calada e nem permanecerá. Inaugura-se no Brasil e em Natal novos ventos, novos ares. E esses ventos trazem mudanças de trajetos. Estamos sendo protagonistas de um processo ainda incerto, nossos ventos ainda são sem direcionamento, mas claramente traz consigo uma chama renovadora. Todos os atos realizados nacionalmente trazem a indignação e a energia de uma juventude silenciada pelas políticas de governos azulados, que finalmente conseguiram explodir nas ruas, vielas e becos dos centros urbanos, como um clamor por transformações, mas em que sentido? É preciso que nós, protagonistas de nosso tempo, estejamos atentos para identificarmos nossos reais inimigos, nossos principais algozes que se escondem nas asas do judiciário, do legislativo e do executivo, precisamos direcionar nossas energias, nossos braços transformadores, nossos gritos inconformados, para um sentido contra históricos exploradorxs do povo brasileiro.
            No entanto, camaradas, o alerta está dado, os setores conservadores submissos ao velho sentimento colonial e donos dos principais meios de comunicação não podem nem querem deixar tanta energia, tanta indignação tomar um direcionamento realmente popular, de fato transformador, por isso, camaradas, implantam pautas que nos distanciam do debate central, da análise sobre as raízes de nosso problema, que de forma alguma é corrupção, que de forma alguma é a existência de bandeiras, de forma alguma é a pluralidade. Não, camaradas, nossa luta não é por moral, é por direitos. Não é por centavos, é pela política pública mal aplicada, pela educação sucateada, pela periferia assassinada. Estamos na rua porque queremos, estamos na rua porque ela é nossa, estamos na rua juntxs porque ela sempre foi nossa, e permanecemos acordados ombro a ombro face a face, segurando nossas bandeiras, cantando os nossos hinos de luta, de rebeldia, gritando e soprando ares de mudança.
            Nós, brasileiros e brasileiras, latino-americanxs, exploradxs, estorquidxs, ocupamos o lugar que é nosso por direito, e não nos contentaremos com redução de tarifas de ônibus porque isso não nos basta, queremos um projeto de nação que privilegie seu povo, lutamos pelo projeto popular. Estamos na rua para lembrar o sangue derramado ao longo de nossa história e para mostrar que essa sociedade carcomida está grávida de outra sociedade completamente diferente, completamente nova, sem exploração, sem cura gay, sem opressão de classe, cor nem de gênero.


E por isso bradamos:

Juventude que ousa lutar…

Constrói o pode popular…

Carta aberta dos movimentos sociais para a presidenta Dilma Roussef

O momento é propício para que o governo faça avançar as pautas democráticas e populares, e estimule a participação e a politização da sociedade

21/06/2013

Movimentos sociais,

O Brasil presenciou nesta semana mobilizações que ocorreram em 15 capitais e centenas de cidades.
Concordamos com suas declarações que afirmam a importância para a democracia brasileira dessas mobilizações, cientes que as mudanças necessárias ao país passarão pela mobilização popular.
Mais que um fenômeno conjuntural, as recentes mobilizações demonstram a gradativa retomada da capacidade de luta popular. É essa resistência popular que possibilitou os resultados eleitorais de 2002, 2006 e 2010. Nosso povo, insatisfeito com as medidas neoliberais, votou a favor de um outro projeto. Para sua implementação, esse outro projeto enfrentou grande resistência principalmente do capital rentista e setores neoliberais que seguem com muita força na sociedade.
Mas enfrentou também os limites impostos pelos aliados de última hora, uma burguesia interna que na disputa das políticas de governo impede a realização das reformas estruturais como é o caso da reforma urbana e do transporte público.
A crise internacional tem bloqueado o crescimento e, com ele, a continuidade do projeto que permitiu essa grande frente que até o momento sustentou o governo.
As recentes mobilizações são protagonizadas por um amplo leque da juventude que participa pela primeira vez de mobilizações. Esse processo educa aos participantes permitindo-lhes perceber a necessidade de enfrentar aos que impedem que o Brasil avance no processo de democratização da riqueza, do acesso à saúde, à educação, à terra, à cultura, à participação política e aos meios de comunicação.
Setores conservadores da sociedade buscam disputar o sentido dessas manifestações. Os meios de comunicação buscam caracterizar o movimento como anti-Dilma, contra a corrupção dos políticos, contra a gastança pública e outras pautas que imponham o retorno do neoliberalismo. Acreditamos que as pautas são muitas, como também são as opiniões e visões de mundo presentes na sociedade.
Trata-se, no entanto, de um grito de indignação de um povo historicamente excluído da vida política nacional e acostumado a enxergar a política como algo danoso à sociedade.
Diante do exposto nos dirigimos a V. Ex.a para manifestar nosso pleito:
Em defesa de políticas que garantam a redução das passagens do transporte público com redução dos lucros das grandes empresas. Somos contra a política de desoneração de impostos dessas empresas.
O momento é propício para que o governo faça avançar as pautas democráticas e populares, e estimule a participação e a politização da sociedade. Nos comprometemos em promover todo tipo de debates  em torno desses temas e nos colocamos à disposição para debater também com o Poder Público.
Propomos a realização com urgência de uma reunião nacional, que  envolva os governos estaduais, os prefeitos das principais capitais,  e os representantes de todos os movimentos sociais.
De nossa parte, estamos abertos ao diálogo, e achamos que essa reunião é a única forma de encontrar saídas  para enfrentar a grave crise urbana que atinge nossas grandes cidades. O momento é favorável. São as maiores manifestações que a atual geração vivenciou e outras maiores virão. Esperamos que o atual governo escolha governar com o povo e não contra ele.

Assinam:
ADERE - Associação dos Trabalhadores Assalariados Rurais  de MG
Assembleia Popular
Jornalistas do Barão de Itararé
CIMI - Conselho Indigenista Missionário
CMP - Central de Movimentos Populares
MMC -Movimento de Mulheres Camponesas
CMS - Coordenação de Movimentos Sociais
Coletivo Intervozes pela Democratização dos Meios de Comunicação
CONEN - Coordenação Nacional das Entidades Negras
Consulta Popular
CTB - Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
CUT - Central Única dos Trabalhadores
Fetraf - Federação dos agricultores familiares
FNDC - Forum Nacional pela Democratização da Mídia
FUP - Federação Única dos pPtroleiros
Juventude Koinonia (das igrejas cristãs tradicionais)
Levante Popular da Juventude
MAB - Movimento dosa tingidos pro barragens
MAM - Movimento Nacional pela Soberania Popular frente a Mineração
MCP - Movimento Camponês Popular, de Goiás
MMM - Marcha Mundial de Mulheres
Movimentos da Via Campesina
MPA-  Movimento dos Pequenos Agricultores
MST- Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
SENGE/PR- Sindicato dos Engenheiros do Paraná
Sindipetro – Sindicato Petroleiros de São Paulo
SINPAF- Sindicato dos Trabalhadores e Pesquisadores da EMBRAPA e Codevasf
UBES- União brasileira de estudantes secundaristas
UBM - União Brasileira da Mulher
UJS -  União da Juventude socialista
UNE -  União Nacional dos Estudantes
UNEGRO - União Nacional do Negro

QUE EU DESORGANIZANDO, POSSO ME ORGANIZAR...


“Maio, nosso maio” foi repleto de mobilizações em todo o Brasil e apesar das festas realizadas nos quatro cantos do mundo, houveram movimentos sociais e partidos políticos em meio às ruas, gritando e protestando: “As mãos pra cima, punhos erguidos, é dia 1º, dia de LUTA! Vem pra rua agora, conquistar direitos, é dia 1º, dia de LUTA!”. Pautando as bandeiras de lutas históricas, arduamente defendidas pelas organizações de esquerda, vamos cotidianamente defendendo com unhas e dentes a universalização dos direitos sociais conquistados.

Chega o mês de junho, culturalmente, é mês de festa no Nordeste. Cidades repletas de bandeirinhas coloridas, balões, fogueiras e povo na rua. Mas agora, além da festividade junina que está por vir, temos pessoas nas ruas, gritando, cantando e lutando pelos nossos direitos. Milhares de pessoas, em todo o Brasil, seguem em marcha, desde São Paulo à Belém, de Porto Alegre à Recife, formada por várias gerações e ideais. Nesse sentido, o momento histórico que estamos vivenciando, está repleto de contradições, permeado por avanços e retrocessos. 

É inegável a beleza e força contagiante ao ver tantas pessoas juntas, inclusive, aquelas que acreditam na impossibilidade da mudança e que estão indo pela primeira vez a um ato de rua, lutando por melhorias e mudanças concretas, a exemplo do estopim com o aumento da passagem de ônibus e sua consequente revogação em SP. Isso mostra que, coletivamente, temos força, e que a luta deve ser nas ruas. 

Entretanto, a heterogeneidade de reinvindicações e da formação do processo político em que se gesta às atuais mobilizações nos inquieta, tendo em vista as disputas dos projetos de sociedade: direita e esquerda. Há quem diga que somos uma única nação, e essa é uma das mais perigosas afirmações, negando a existência daqueles que, cotidianamente, exploram e dos que são explorados. 

A direita vem se utilizando da justa indignação da classe trabalhadora para pautar lutas despolitizadas, como a CORRUPÇÃO. Isso não significa dizer que somos a favor da corrupção, ao contrário, também somos contra (toda a Esquerda), assim como FHC, Collor, Jarbas Vasconcelos e todos os políticos da direita. Sendo assim, esse discurso contra a PEC – 37 esvazia o conteúdo político de lutas reais e necessárias para a massa que está nas ruas, como o PASSE LIVRE para estudantes e pessoas desempregadas; TARIFA ÚNICA nas Regiões Metropolitanas, colocando abaixo a existência dos diferentes anéis/preços; REDUÇÃO das tarifas e do LUCRO das máfias do transporte público; dentre outras pautas, como um maior investimento do PIB na EDUCAÇÃO (10%) e SAÚDE PÚBLICA; a DEMOCRATIZAÇÃO dos meios de comunicação, pela JORNADA de 40h, etc. 

O projeto da direita é viabilizado pelos grandes grupos empresariais, a exemplo da mídia com a Revista Veja e a Rede Globo, que apenas notificam os conflitos e brigas que estão acontecendo nesses protestos, além de incitar que toda essa mobilização seja apartidária, culminando na defesa do anti-partidarismo. A maioria dos que estão nas ruas e nas redes sociais está sendo manipulada, sem se dá conta da reprodução de toda a-criticidade propagandeada. Também é notória, a utilização de outros mecanismos pela direita, inclusive, possuindo uma simbologia positiva entre vários manifestantes, como o Anonymous. 

Diante dessa conjuntura, precisamos estar atentos a tudo que vemos, lemos, ouvimos, precisamos desconfiar do óbvio. O medo de ser “massa de manobra” dos partidos de esquerda está fazendo com que a população, ainda sim, seja manobrada. Precisamos da UNIDADE entre as forças que sempre pautaram mudanças contra a exploração vivenciadas e do entendimento do POVO sobre o atual cenário. 

As bandeiras de lutas defendidas durante décadas pela Esquerda são as mesmas do POVO BRASILEIRO, dos que acordam às 4h/5h da matina para irem trabalhar, que se utiliza de vários ônibus ao longo do dia, para ir e voltar da labuta diária, os que destinam boa parte do seu salário em um transporte público caro e sem qualidade. Nessas manifestações em todo o Brasil estão presentes, os que sofrem e lutam diariamente. Há uma efervescente indignação ao descaso vivido e isso significa uma CHAMA DE ESPERANÇA. 

Nessa BATALHA DE IDEIAS, a luta se concretiza nas ruas, ultrapassando o discurso de “massa alienada” e politizando os espaços, em um sentido de conscientização coletiva e emancipatória. Devemos vencer o ufanismo da pátria amada, ressignificando nossa “ordem e progresso” em prol de um projeto popular, DO e PARA o povo. Superando, também, o derrotismo e generalizações, pois “nada deve parecer impossível de mudar”, como já disse Brecht. O momento é de termos muita mística e agitação nessa disputa de mentes e corações. Sabendo que desorganizando, podemos nos organizar, além da certeza de que sempre é preciso fazer muito mais. 


Silvana Crisostomo - militante do LEVANTE POPULAR DA JUVENTUDE!!


“Eu acredito
É na rapaziada
Que segue em frente
E segura o rojão
Eu ponho fé
É na fé da moçada
Que não foge da fera
E enfrenta o leão
Eu vou à luta
É com essa juventude
Que não corre da raia
À troco de nada
Eu vou no bloco
Dessa mocidade
Que não tá na saudade
E constrói
A manhã desejada...”
“E Vamos à Luta” - Gonzaguinha

quinta-feira, 20 de junho de 2013

CHAMADA : CONCENTRAÇÃO LEVANTE POPULAR DA JUVENTUDE






" Agora virou moda essa crise local
aumentando as passagens
pra pay boy não passar mal
Ô ôôô a juventude chegou
organizada no levante
junto do trabalhador..."



O QUE? CONCENTRAÇÃO DO LEVANTE POPULAR DA JUVENTUDE PARA O ATO DE HOJE.

ONDE? PARADA DOS ÔNIBUS DE PARNAMIRIM (PRÓXIMO A PARADA DO CIRCULAR)

HORA? 15 HRS.

Levante, levante, levante e lute!!

Revolta do Busão: Para o ato hoje ...

COISAS IMPORTANTES:

1. não é APENAS sobre 20 centavos, mas é FUNDAMENTALMENTE e PRINCIPALMENTE sobre 20 centavos. O OBJETIVO DOS ATOS é barrar o aumento. quem diz que "tem que agregar outras pautas" e começa a vir com uma lista, é porque quer que as manifestações percam o foco, se percam. NOSSA LUTA É CONTRA O AUMENTO.

2. ser contra os partidos é corroborar com o fascismo. a existência de partidos é fundamental para a garantia da democracia. é ÓTIMO que eles estejam nos atos. INCLUSIVE a juventude do PT. quer pressionar o Haddad a baixar a tarifa? vamos fazer isso junto com a juventude do próprio partido dele que temos mais força! PSTU, PSOL, todos tem o direito de estarem nos atos e levantarem suas bandeiras.

3. nada contra ser brasileiro, com muito orgulho e com muito amor. mas utilizar isso para justificar o "fora partidos" ou o "fora dilma" é muito oportunismo, e oportunismo organizado, partidário. oportunismo que tem lado: a direita.

4. precisamos estar organizados. articular as diferentes organizações. fortalecer cada uma das organizações e entidades. o povo só tem vitória se está organizado. se estamos dispersos, nos confundimos, batemos cabeça. só organizados temos condições de transformar a realidade.

5. os atos estão em disputa. meu lugar é na rua, gritando até acabar a voz, fortalecendo a luta contra o aumento.

Via Lira Alli.

NOSSA LUTA É POR DIREITOS, E ISSO NÃO TEM PREÇO!



Há um tempo novo chegando, um tempo de grito rebelde que ecoa de tempos antigos. É o tempo do aprendizado da História. Tempo de aprender com nossas origens de resistir à colonização estranha de nosso chão e da vida que nele habita. É de novo o tempo de negras e negros revoltosos, tempo de Zumbi e de Dandara, tempo de maracatu nas ruas. É tempo de Canudos enfrentando a matadeira, tempo de campo e cidade expulsando latifúndios. É o tempo da coragem de dizer, tempo de divulgar verdades, de punir torturadores e quem mais queira calar as nossas vozes. É tempo de pular catracas, de empurrar a porta, de ocupar as ruas, tempo de mudar o nosso tempo. É o tempo de um povo seguindo sua marcha. É tempo de povo brasileiro.


Toda marcha para seguir necessita de um ponto de encontro. E eles nos forneceram... Como todo ano acontece, as tarifas de nossas latas de sardinha iam de novo aumentar, só que dessa vez resolvemos dizer NÃO, e em cada canto fizemos a cidade parar. Eles fizeram o que sempre fazem desde que o primeiro escravo levantou a cabeça: convocaram fuzis e cassetetes, espalharam a violência e nos acusaram de cometê-la. Contra a luta do povo, no entanto, todas as balas são perdidas. Ao contrário de baixar a cabeça saímos às ruas contra o chicote. Desnorteados, eles se reuniram às pressas na tentativa de nos comprar com centavos. Aqui e ali a passagem baixou e de norte à sul a mobilização aumentou. Nossa luta é por direitos e isso não tem preço!

Como não podem calar a nossa voz, mobilizam o monopólio da mídia para tentar deturpá-la. Querem de novo tentar transferir a luta das ruas para as telas de TV, transferir a vontade de conduzirmos o nosso destino para a expectativa de suas votações no congresso, querem transformar a luta por nossos direitos na luta por uma moral que nos aprisiona. É assim que eles cortam, recortam e exibem de nossas manifestações apenas as ideias mais gerais que lhes interessam. A direita adora as ideias gerais porque, ao generalizar, absolve. Mas o povo brasileiro não é ventríloquo e não há absolvição possível. Querem que lutemos apenas contra a corrupção, mas a corrupção é apenas um efeito e já conhecemos a raiz do problema: a transformação de nossos direitos em mercadoria. 

Eles corromperam a política para afastar a honestidade de nosso povo do exercício do poder. Agora eles se orgulham quando a juventude, descontente com essa mesma política tradicional, pede que se retirem as bandeiras dos partidos. O que eles não sabem é que a juventude está ensinando a fazer política nas ruas, caminho pelo qual o povo brasileiro aprende a costurar suas próprias bandeiras e tomar partido pela luta. Para cada bandeira retirada, mil bandeiras unitárias surgirão: pelo passe livre, pelo direito à cidade, contra a violência do Estado, pelo fim do monopólio da mídia, pelo direito à educação e à saúde pública e de qualidade, contra todas as formas de opressão... Todas essas já surgiram, muitas outras surgirão. Seu ponto de encontro são as ruas onde vamos desenhando um projeto popular de nação. Isso eles não entendem e não podem conceber porque nunca se identificaram nem com a nação, nem com seu povo. 

“Eles, eles, eles...” Afinal de contas, quem são “eles”? Eles tem nome e endereço. Eles usam a democracia para defender o golpismo e voam como tucanos. Eles são os empresários que compõe a máfia do transporte coletivo impedindo o direito de ir e vir nos centros urbanos; eles são a sede de lucro do capital da construção civil que formata cidades que não servem à cidadania; eles são os banqueiros que seguem especulando com nossas vidas; eles são latifundiários que lucram com o aumento do preço dos alimentos e envenenam nossas mesas; eles são as emissoras de TV, rádio e jornais que receberam sua concessão da ditadura e hoje exercem a ditadura da mídia em nome da concessão; eles são todos aqueles que lucram com a venda do direito à saúde e à educação; eles são aqueles que privatizam nossas vidas e leiloam nossas riquezas; eles são aqueles que querem usar a copa para impedir nosso direito de lutar. Se trata, enfim, de todos aqueles que tentam impedir o surgimento de uma nação que esteja a serviço do povo brasileiro. E é contra eles que lutamos!

Eles estão organizados e esperam que tudo passe. Mas o povo nas ruas vai desorganizando e aprendendo consigo mesmo a se organizar. É hora de somar forças com tudo aquilo que nos unifica e construir com mobilização popular o país que queremos. Vamos às ruas!

PELO PASSE LIVRE E PELO DIREITO À CIDADE!
CONTRA A CRIMINALIZAÇÃO DA LUTA!
PELO FIM DO MONOPÓLIO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO!
E estamos apenas começando...

PÁTRIA LIVRE! VENCEREMOS!

Recife, 19 de Junho de 2013.

Eduardo Mara.






sexta-feira, 14 de junho de 2013

O 53º Congresso da UNE, o Campo Popular e os desafios do Movimento Estudantil


Levante Popular da Juventude
“A UNE somos nós, nossa força e nossa voz!”

Entre os dias 29 de maio e 02 de junho deste ano, ocorreu em Goiânia – GO, o 53º Congresso da UNE, maior fórum de representação dos/as estudantes brasileiros/as. O CONUNE contou com a participação de mais de sete mil estudantes, destes aproximadamente 3,8 mil delegados e delegadas eleitos nas mais diversas universidades de todo o país, tanto públicas quanto particulares.
O 53º CONUNE foi realizado em um contexto marcado pela crise econômica mundial e o acirramento da luta de classes nos países da Europa e do norte da África. No Brasil, apesar do impacto da crise ser diferenciado em relação a estes países, presenciamos a ofensiva da direita – dentro e fora do governo – impondo uma agenda liberalizante baseada no aumento da taxa de juros, na privatização dos portos e nos leilões do petróleo.
Outro aspecto da conjuntura nacional tem sido o protagonismo da juventude brasileira. Na luta por memória, verdade e justiça, que tem como marcos importantes os escrachos contra torturadores e a criação da Comissão da Verdade da UNE. Na luta por financiamento público pra educação, onde as mobilizações no Congresso Nacional em torno dos 10% do PIB e a Greve das Federais tiveram grande destaque. A jornada de lutas da juventude brasileira representou um marco na construção de uma unidade ampla entre diversos movimentos juvenis. E as mobilizações contra o aumento das tarifas de transporte público, que têm se massificado em cidades de todo o país como Porto Alegre, Goiânia, Natal e mais recentemente São Paulo.
Envolto neste clima, o 53º CONUNE honrou a tradição do movimento estudantil brasileiro e debateu os grandes temas da sociedade. Auditórios e salas de aula estavam lotados. Jovens de todos os cantos do país, com seus diferentes sotaques, opiniões e questionamentos, ocuparam Goiânia. Em torno destes debates uma questão central: qual o papel dos/as estudantes na transformação da sociedade brasileira?
Nós, do Levante Popular da Juventude, apresentamos como resposta a esta questão a tese, “A UNE é do Povo: é só unindo que constrói um Brasil novo!”. Nossa tese, fruto de diversos debates e produto do acúmulo coletivo da nossa militância, apontava centralmente para o compromisso que a UNE tem que ter com os interesses de nosso povo e para a necessidade da unidade das forças populares na construção de um país justo, democrático, popular e soberano!
Priorizamos a construção da unidade, sem ceder no que nos é central: a luta pelas reformas estruturais da sociedade, por um Projeto Popular para a Educação e para o Brasil. Fizemos um bom debate de idéias, buscando dar conteúdo político aos temas, sem cair em pensamentos binários tão cristalizados no ME onde a marca central vira a defesa ou a crítica ao governo por princípio.
Um momento importante do Congresso foi a realização do ato público. A marcha dos/as estudantes conseguiu aglutinar as diversas forças políticas e movimentos de juventude que compõem a UNE e dialogar com a população de Goiânia sobre a importância dos 10% do PIB, 100% dos royalties do petróleo e 50% do fundo social do Pré-Sal para a Educação Pública.
Durante todos os dias do congresso foi demonstrada a força da juventude brasileira, sua criatividade expressa nas canções, nas palavras de ordem, na batucada. Diferentes formas de dialogar com o povo e fazer renascer em cada jovem a mística de Honestino Guimarães, de Helenira Resende, de arrancar das entranhas de nossas terras ensanguentadas a bandeira de nossos lutadores e de nossas lutadoras!
Nós do Levante Popular da Juventude percorremos um longo caminho até o 53º CONUNE, chegamos com a militância disposta e animada a disputar os rumos do movimento estudantil nacional e os rumos do nosso país!

“Esse é o Campo Popular, que vai botar a UNE pra lutar”

Esse congresso foi marcado pelo surgimento de um novo campo político dentro da UNE, o Campo Popular. Este campo que aglutina organicamente a tese Reconquistar a UNE, a tese Refazendo a UNE, o Coletivo Quilombo, o Movimento Mudança, e nós do Levante Popular da Juventude, tem como objetivo dar coesão e unidade programática às organizações que defendem um projeto de transformações estruturais para a sociedade brasileira e que discordam da lógica predominante dentro da UNE que rebaixa o debate político a quem é a favor ou contra o governo federal. O Campo Popular opta pela construção da UNE, procurando romper com a polarização despolitizada que entrava os avanços da entidade.
Deste modo, o Campo Popular se posicionou firmemente contra os Leilões do Petróleo e construiu durante o Congresso, um ato contra a restrição da meia-entrada cultural, prevista no Estatuto da Juventude. A meia-entrada deve ser um direito para toda a juventude, e essa é uma pauta que a UNE deve tomar partido não podendo retroceder nos direitos conquistados historicamente. No entanto, não deixamos de reconhecer que houve avanços nestes últimos dez anos na ampliação do acesso ao ensino superior e na democratização do acesso à universidade, com destaque para a Lei de Cotas.
Durante a apresentação das resoluções na plenária final defendemos que a UNE tem que atuar nas contradições produzidas pelo projeto neodesenvolvimentista na educação, que tem como principal característica ampliar o acesso à universidade a juventude pobre e trabalhadora, mas que não garante a devida política de permanência para estes estudantes. Mais do que nos perdermos em debates estéreis, a tarefa do movimento estudantil é apresentar um projeto popular para a educação e pra universidade brasileira que explore as contradições do atual modelo educacional. No próximo período, com a possibilidade de aprofundamento da crise econômica, precisaremos estar alinhados com os anseios do povo brasileiro para defendermos mudanças estruturais que acumulem forças para a construção de um Projeto Popular para o Brasil.
Na votação para a nova diretoria da UNE, o Campo Popular alcançou 539 votos, obtendo 14,3% dos votantes, conquistando duas diretorias executivas e nove diretorias do pleno da entidade. A Oposição de Esquerda atingiu 618 votos, 16,4% dos votantes e o Campo Majoritário 2607 votos, 69% do total de votantes. Se compararmos com o resultado do Congresso anterior, a Oposição de Esquerda manteve seu percentual de votos e suas três diretorias executivas, enquanto o Campo Majoritário decaiu de 13 diretorias executivas para 12, em termos percentuais de 75% dos votantes para 69%.
Mais do que força numérica, aprofundamos o debate político na entidade e demonstramos com intervenções muito qualificadas a capacidade do campo popular representar os anseios dos/as estudantes que já não se conformam com essa forma maniqueísta de fazer política. Que reconhecem os avanços, mas sabem que isso é insuficiente e é necessário fazer mobilizações de massa, pressionar cada vez mais o governo para garantir nossos interesses!
“Para a UNE avançar, tem que ser mais popular”

Chegamos ao fim do 53º CONUNE reafirmando nossa convicção de que a UNE é a nossa entidade. A UNE com sua tradição política e seu caráter nacional é a entidade estudantil que tem o potencial de ser protagonista das transformações estruturais na educação e na sociedade brasileira. Mas, para fazer da UNE uma entidade viva, protagonista das lutas sociais, presente no cotidiano das universidades e da população, é necessário construir uma ação política que tenha consequência. A UNE precisa retomar seu caráter combativo, atuando no dia a dia dos/as estudantes, sem sectarismos ou imobilismo e em constante diálogo com as demais entidades estudantis e com os movimentos sociais.
Sabemos da importância de combinarmos a luta institucional com a luta de massas. Todavia o centro da atuação da UNE deve ser a mobilização dos/as estudantes, a luta na rua. A correlação de forças dentro do Congresso Nacional é desfavorável aos interesses estudantis. Tampouco podemos subordinar a agenda política dos/as estudantes ao Governo Federal. As recentes manifestações contra o aumento da tarifa tem reafirmado a máxima de que “Se o dinheiro pressiona de um lado, as ruas tem que pressionar do outro”.
Igualmente, é preciso avançar na democracia interna da entidade. A universidade brasileira tem experimentado experiências de democratização de seu acesso, possibilitando que novos sujeitos participem do movimento estudantil. Neste sentido, a UNE também deve se democratizar para que possibilite a maior participação e debate político sobre os rumos da entidade. Além disso, é preciso repensar o processo eleitoral da entidade. O formato atual do processo eleitoral do CONUNEnaturaliza eleições pouco politizadas, com “chapões” e assinaturas em listas, ao invés de estimular a participação dos/as estudantes garantindo debates e eleições com voto em urna em cada uma das universidades.
Essas limitações somente serão superadas com o compromisso das organizações com a UNE e com o avançar das lutas sociais no Brasil, e será neste processo que forjaremos uma UNE mais democrática e mais popular.
Os desafios da UNE e do Movimento Estudantil Nacional.
Os desafios movimento estudantil nacional não se encerraram neste 53º CONUNE. O próprio Congresso apontou para a necessidade e possibilidade de construção de uma unidade ampla na luta em torno de questões estruturais da educação. Destacamos a importância da convocação unitária da Jornada de Lutas dos/as estudantes brasileiros/as para o mês de agosto.
Esta jornada será realizada num momento importante da conjuntura educacional, na qual tramita no Senado o Plano Nacional de Educação (PNE). No novo relatório apresentado pelo senador José Pimentel (PT-CE) retrocede-se em vários pontos em relação ao relatório aprovado no ano passado na Câmara dos Deputados, que sob forte pressão da UNE, aprovou10% do PIB de investimento federal em educação pública.
Dentre os principais retrocessos estão: a retirada do termo “pública” da nova redação do PNE,ficando apenas “investimento público em educação”, o que abre possibilidade para que recursos públicos sejam transferidos para a iniciativa privada; a substituição do termo “pública” por “gratuita”,no que se refere a expansão de vagas no ensino superior e a desobrigação do CAQi (Custo Aluno-Qualidade Inicial), mecanismo utilizado para garantir a qualidade da educação.
Além da pauta educacional, outros pontos colocados na Jornada são a democratização dos meios de comunicação, a auditoria da dívida pública e contra os Leilões do Petróleo.
Portanto, a Jornada de Lutas é uma possibilidade importante colocada para os/as estudantes brasileiros/as. Construir unidade e combinar a luta de massa com luta institucional, de evitando qualquer retrocesso na luta pelos 10% do PIB para Educação Pública e assim acumular forças para a construção de um projeto popular para a educação. Mas principalmente esta jornada é a possibilidade de consolidar a UNE como grande referência na luta pela educação no Brasil.
Tendo compreensão do tamanho do nosso desafio, reforçamos a importância da Jornada para todos os setores que compõem a UNE, sejam do Campo Majoritário, da Oposição de Esquerda ou do Campo Popular. Devemos realizar uma grande marcha em Brasília, neste mês de agosto, para conquistarmos os 10% do PIB para a educação pública. Será uma ótima experiência de construção de unidade na diversidade do que é a UNE. Acreditamos que todos os que realmente têm compromisso com os rumos da educação brasileira e com a nossa entidade nacional não medirão esforços e participarão com força dessa jornada.
O novo ciclo de lutas sociais que se aproxima está carregado de novas tarefas para o movimento estudantil, o que exigirá muita criatividade, ousadia e disposição pra construção unitária. Nós do Levante Popular da Juventude seguiremos firmes no nosso compromisso em fortalecer e ampliar o trabalho de base nas universidades públicas e particulares, de combinar trabalho estudantil e popular, estimular novos e criativos processos de formação política com a juventude, intensificar as lutas e aproximar a UNE e os movimentos populares na construção de um Projeto Popular para a Educação e para o Brasil. Dito isto, como dizia Carlos Marighella, “é preciso passar à ação!”.