O Levante Popular da Juventude vem por
meio deste reforçar seu apoio a iniciativa do Diretório Central das e dos
Estudantes (DCE), da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), que no
dia 03 de dezembro de 2013 mais uma vez deu-nos uma demonstração de seu
protagonismo, criatividade e ousadia ao construir dentro da universidade
espaços de cultura para a comunidade acadêmica e externa realizando o I
Festival de Cultura da já referendada universidade.
No entanto, a realização do evento
dentro das dependências da universidade, inesperadamente não agradou a alguns
grupos do corpo discente, principalmente devido a iniciativa da comissão
organizadora em promover na primeira noite da realização do evento, a
disponibilização de pinceis e tinta para que os participantes pudessem
expressar suas reivindicações em alguns muros da UFERSA. Enquanto uns cantavam,
outros recitavam poesia, já alguns pitavam frases que denunciavam as injustiças
e as opressões sociais que tanto nos afeta, mas que também expressavam a
alegria e irreverência típica de uma juventude que quer protestar, mas também
quer se divertir. O muralismo, portanto, naquele momento, se configurava como
mais uma forma de expressão artística da juventude, como tantas outras.
Acusados de vandalismo, e de depredação
de prédio público, isso foi o mínimo do que se ouviu de uma minoria, que não
gostou da iniciativa do DCE. Para além disso, alguns aproveitaram para realizar
a crítica utilizando-se de comentários preconceituosos exaltando mais uma vez a
homofobia e a criminalização dos movimentos sociais, quando nos dias que se
seguiram ao muralismo teve início nas redes sociais e na própria sala de aula a
perseguição e discriminação dos organizadores e das organizadoras e
participantes na ocasião da realização do I Festival de Cultura.
A universidade deve ser entendida como
um espaço não apenas da construção de saberes acadêmicos, mas também de
formação de sujeitos coletivos e individuais. Esse é um momento em que muitos
de nós, nos defrontaremos com dilemas éticos e morais, e será nossa posição
diante desses quem dirá quem realmente somos e no que acreditamos. O
preconceito e a reprodução irrefletida deste só demonstra a nossa ignorância e
a intolerância com as diferenças.
O desafio que se coloca para todas e todos
nós nesse momento, é, inicialmente conseguirmos abrir um canal para dialogar
sobre nossas diferenças de concepções de mundo, e aí quem sabe no futuro,
poderíamos nos unirmos e lutar lado-a-lado por uma universidade e uma sociedade
verdadeiramente nossa, livre da intolerância e do preconceito, que para nós,
serão sempre injustificáveis.
Levante Popular da Juventude,
11 de Dezembro de
2013
Fotos de Jackson Angell
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