sábado, 4 de abril de 2015

Parabéns pra você, muitos anos de opressão

“A passagem subiu, o leite acabou, a criança morreu, a carne sumiu, o IPM prendeu, o DOPS torturou, o deputado cedeu, a linha dura vetou, a censura proibiu, o governo entregou, o desemprego cresceu, a carestia aumentou, o Nordeste encolheu, o país resvalou."

(Carlos Marighella)

São anos de racismo e muita violência.            
Marcada pela nossa história, a classe trabalhadora paga diariamente os impostos em suor silenciado, mercantilizado. Os autos de resistência são armas deixadas pela ditadura militar, se mata e se justifica num passado tão presente. O genocídio da juventude negra e pobre é marcado pelas amarras da militarização, da violência imposta e defendida pela classe dominante. A redução da maioridade penal é uma das velas do bolo. Juventude morta e encarcerada é defendida no atual sistema político, ao mesmo tempo em que o governo corta gastos para educação. Parabéns pra você, pátria educadora. 


Osvaldo Orlando da Costa, presente!    

São anos de machismo e muita violência.       
Subrepresentadas no sistema político, a vida das mulheres não é prioridade. A luta por creches e ao mesmo tempo pela liberdade de estudar, trabalhar e ter lazer é negligenciada. Delegacias especializadas e que atendam 24h não é favor, é um direito. Enquanto o congresso pauta uma bolsa estupro, na qual se coloque o nome do estuprador na certidão, as mulheres são estupradas e mortas todos os dias.  O machismo estampado na farda dos ditadores de ontem é refletido nos paletós dos políticos fundamentalistas de hoje.         

Helenira Rezende, presente!      

São anos de LGBTfobia e muita violência.      
Na escola, no trabalho e na rua, os LGBTs eram reconhecidos violentamente, do xingamento ao assassinato. A ditadura militar contribuiu com a naturalização da violência contra a diversidade sexual e identidade de gênero, reprimindo a cultura colorida, torturando e matando o povo da diversidade. Usando os escudos da moral e a espada do fundamentalismo, o congresso violenta os direitos humanos e continuam a naturalizar o preconceito, atacando qualquer progresso político no nosso país.  

Lucas Fortuna, presente! 

Hoje, temos o congresso mais fundamentalista desde a ditadura militar e entendemos o retrocesso na vida do povo que isso significa. Em frente a esse retrocesso, precisamos reformar o sistema político que não representa o povo e muito menos defende seus interesses e sua vida. Por isso, defendemos uma reforma política através da constituinte popular.           

E no seu aniversário temos um presente: uma urna com mais de oito milhões de votos pedindo a reforma do sistema político. E nela tem um bilhetinho escrito assim: “Constituinte já!”.            

José Lima
Levante Popular da Juventude - RN



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